O setor de serviços foi responsável por mais da metade das novas empresas abertas no Brasil entre janeiro e junho de 2025, segundo o Mapa de Empresas, levantamento oficial do governo federal. Atividades como tecnologia, alimentação, estética, logística e consultorias puxaram o crescimento, refletindo o perfil de novos empreendedores — em sua maioria autônomos e pequenos prestadores em busca de independência financeira ou alternativas ao mercado formal. 

Negócios digitais voltados à conveniência e à escala local também ganharam destaque nesse cenário.

Apesar do avanço, especialistas como Samuel Modesto, contador e mentor empresarial, alertam para os riscos que comprometem a longevidade dos negócios. Segundo o Sebrae, metade das micro e pequenas empresas fecha antes de completar cinco anos, principalmente por falta de planejamento e gestão financeira. 

Modesto reforça que a abertura de uma empresa é apenas o início e que, sem controle de caixa, metas claras e capacitação, o risco de mortalidade é elevado. Ele também destaca a importância do networking e da inserção em ecossistemas empresariais ativos como estratégias de fortalecimento.

Outro desafio apontado é a presença digital. Pesquisa da Serasa Experian revela que sete em cada dez micro e pequenas empresas ainda têm desempenho insatisfatório nesse quesito, o que compromete a competitividade em um mercado cada vez mais online. 

Para Modesto, estar nas redes sociais não basta — é preciso comunicar valor, criar identidade e transformar seguidores em clientes. O cenário mostra que, embora o ritmo de formalizações seja acelerado, a sustentabilidade dos negócios dependerá da capacidade dos empreendedores em estruturar gestão, cultura organizacional e diferenciação de mercado.